quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O regresso



Ao chegar a casa dos meus pais, o António estava lá e ai as minhas pernas tremiam, não sentia o corpo, queria fugir e não podia porque ele já me tinha visto, tentei ignora-lo mas foi-me 
impossível, não só porque ele não me deixava indiferente e também porque a minha filha correu para seus braços, ele chorava convulsivamente,  pedindo desculpa em tom de arrependimento.
Aquela situação deixou-me de coração partido, meus pais choravam, minha filha desesperava dizendo: -"Pai volta para casa, pai volta para casa, pai volta para casa..."
Estava derretida com aquela situação, ele olhava para mim, as lágrimas corriam-lhe pelo rosto e com a nossa filha nos braços disse-me: -"Perdoa-me, jamais voltarei a fazer o que fiz."
Naquele momento caiu-me o mundo em cima, por um lado eram aquelas palavras que tanto eu esperava ouvir, mas no fundo não as queria ouvir.
Ele continuava a insistir dizendo: -"Perdoa-me, volta para nossa casa, tu és a mulher da minha vida."
A minha filha continuava chorando, dizendo: -"Mãe vamos para casa, mãe vamos para casa."
Não sabia o que fazer, será que devia seguir para um divórcio e fazer da minha filha uma criança infeliz e crescer sem pai ou eu voltar para casa em prol da felicidade da minha filha?
Aquele momento estava a ser um turbilhão de emoções, teria que decidir de cabeça quente e que falou mais alto o amor de mãe.
Mas afinal o que seria melhor para a minha filha?

 Nas próximas PÁGINAS DA VIDA
Verónica Costa

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