quinta-feira, 8 de março de 2012

Matança do porco

                                                                    


    Como disse na minha anterior historia, hoje vou contar um pouco sobre a nossa matança do porco. Como a família era muito grande a matança do porco era sempre um acontecimento. Meu pai chamava seu irmão e sua família que também eram muitos e minha mãe fazia o mesmo, o facto é que juntava-se cerca de 30 pessoas para o grande dia. O porco era enorme com cerca de 15 arrobas e o meu tio é que era o ás a matá-lo, meus primos e meus irmãos mais velhos agarravam o bicho e meu tio o matava, eu não gostava nada de ver nem ouvir aqueles berros do animal, enquanto meu tio espetava a faca minha mãe aparava o sangue para fazer as chouriças de sangue. Depois de morto o bicho era pendurado num sitio próprio para escorrer todo o sangue. Claro que com tanta gente em casa era uma alegria e muita felicidade para mim e para os meus irmãos porque tinhamos lá os nossos primos para brincar e fazer asneiras.
    No dia seguinte reuniam-se todos outra vez, para agora desfazer o porco, aí tinhas que trabalhar era sempre muita carne e alguma era comida na hora na brasa, os presuntos, as pás e as costelas, essas salgavam-se para depois vender, o resto da carne era para fazer salpicões, chouriças de carne e de sangue. Depois de tudo feito pendurávamos ao fumo, na cozinha tínhamos uma grande lareira onde minha mãe punha o pote com o caldo e punhamos-as lá, para secarem com o fumo.

                                                                                           Uma pequena história de outros tempos,
                                                                                                                       Laurinda Neves
                                                                                                                    

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